Lembra-se daquele ou daquela colega que não conseguia arranjar namorado(a), por muito que tentasse? Pois bem, quando surgiram, os sites de encontros eram para esse tipo de pessoas "encalhadas" e desesperadas por encontrar alguém que as salvasse. Pessoas que por muito que explorassem grupos de relações sociais e profissionais, não conseguiam encetar - quando mais manter! - um namoro. Mas que viam na Internet, uma hipótese multiplicada por mil de arranjar companhia. E os tímidos juntaram-se aos encalhados e todos, protegidos pelas novas tecnologias, arriscavam... Era assim, há uns bons anos atrás.
Depois, a Internet foi conferindo leveza ao amor e permitindo que as relações se tornassem menos sérias e duradouras e mais divertidas e pontuais. E isso porque é tão fácil falar pela primeira vez com alguém que está a quilómetros de distância, como deixar de falar! Basta fazer uma inscrição numa app ou site de relacionamentos, criar um perfil e depois fazer scroll para descobrir novas pessoas: por género, idade, escolaridade, localização e tipo de relação pretendida, entre outras características. Na verdade, e grosso modo, é bastante fácil sentir vontade de interagir porque os membros de sites de encontros genéricos parecem todos bonitos e divertidos, e isso não é de estranhar porque por detrás de um ecrã, anónimos, mas mais extrovertidos e descomprometidos, conseguem mostrar o melhor de si!
E agora? Que tipo de pessoas se inscreve em sites de encontros?
Antes de mais, queremos ressalvar que ninguém diz - nem pode dizer - que o casamento deixou de ser o símbolo de maturidade emocional e compromisso social, mas a verdade é que a Internet tem propiciado outros tipos de relações afetivas, mais casuais: do encontro virtual ao one night stand, há um pouco de tudo em apps e sites de encontros! Ainda assim, muitos estudos revelam que a maioria dos utilizadores de sites de encontros procuram uma relação casual ou uma relação séria. Portanto, há espaço para todo o tipo de desejos e ambições, e por isso a Internet é um chamariz para toda a gente, incluindo gente encalhada, que por falta de tempo ou oportunidade, não consegue conhecer pessoas novas e interessantes offline.
Mas há uma particularidade! Qualquer engano, percalço ou desentendimento online é ultrapassado rapidamente, em jeito de "next". A proximidade digital é diferente da proximidade na vida real, e aumenta o espaço para desencontros e desculpas de última hora. Portanto, não restam dúvidas de que aquela história do amor para toda a vida pertence ao passado. O presente dita outra forma de relacionamento, com uma história de amor a dar lugar a várias histórias de amor ao longo da vida.
Sem culpas nem desculpas por ter falhado, uma pessoa persegue o amor, mudando de parceiros em busca da felicidade. E consegue lá chegar? Parece que sim, muitas relações encetadas em apps de namoro e sites de relacionamentos acabaram num casamento feliz. Mas há outros utilizadores que parecem viver uma interminável lista de encontros, sempre à procura da sua cara metade (que, convenhamos, não existe) e sempre a fugir, ao menor sinal de conflito ou de falha de comunicação. Nestes casos, as apps de encontros e sites de relacionamentos acabam por desistir do seu papel de casamenteiras, para perpetuar uma tendência para o desprendimento. A boa notícia é que continua a existir uma necessidade de estabelecer laços afetivos - ditada por fatores biológicos - mas acompanha a necessidade de prazer, pelo menos nos sites de encontros onde (definitivamente) há aceitação e abertura para o tópico: SEXO.
Estudo de caso | Utilizadores do Felizes.pt
Se ainda ficou com dúvidas sobre o tipo de utilizadores de sites de encontros, vamos aos números! Um estudo do Iscte Media Lab de 2020, sobre o site de encontros português Felizes.pt, revelou que face ao confinamento, muitas pessoas inscreveram-se durante a pandemia (mais 11.900 pessoas). Mas que a solidão promove o encontro online, isso você já sabia, não é verdade? O que pode não saber é que neste momento o site felizes.pt conta com quase 300.000 utilizadores inscritos, muitos a utilizar a plataforma diariamente. Serão todos encalhados? Não! Para já, em termos de género, existem mais de 120 mil homens e mais de 86 mil mulheres, sendo que as mulheres, apesar de estarem com ligeira desvantagem em número, compensam com atividade: marcam presença no site de encontros durante mais tempo e com mais assiduidade!
Quanto a idades, pergunta você? Todas as faixas etárias marcam presença aqui e noutros sites de relacionamentos. Neste caso em particular, a média de idades é de 40 anos, mas as faixas etárias 40-45 e 45-50 anos também reúnem muitos utilizadores. Há, no entanto, menos pessoas dos 18 aos 40 e dos 50 adiante. Mas menos pessoas não significa 1 ou 2 "encalhados"! Com mais de 75 anos, por exemplo, estão registadas cerca de 800 pessoas.
Por fim, no que toca à localização, cerca de um terço dos utilizadores são do distrito de Lisboa e um sexto do Porto.
O que procuram? O amor! A maioria dos utilizadores identifica o seu objetivo claramente (busca de novos conhecimentos para uma relação séria) mas não descarta uma boa oportunidade para se divertir, conviver e até (porque não?) ter uma boa noite de sexo.
Porquê na Internet? Óbvio! Porque fora da Internet não têm tempo nem oportunidade para conhecer pessoas novas: na escola, no trabalho, no grupo de amigos, é mais do mesmo!
A Internet junta utilizadores que procuram companhia e amizade, que procuram um relacionamento sério, um caso pontual, apenas sexo, uma oportunidade para cometer infidelidade, encontros gay... De tudo um pouco!
Mais informações sobre que tipos de pessoas, além dos encalhados, procuram sites de encontros? Clique aqui!
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